CARNAVALIZAÇÃO

Mikhail Bakhtin no seu livro: «Problemas da Poética de Dostoiewski» apresentou a base da sua teoria de crítica literária da carnavalização. Esta leitura crítica de abordagem ao texto literário salienta que há textos elaborados sob o signo da carnavalização. Segundo ele, há textos que mostram a cultura de um povo pondo em evidência os elementos cómicos e paródicos proporcionados pelo insconsciente social manifestados nos rituais de máscaras, no riso, no grotesco, nas festas, nas orgias, nos rituais religiosos, no carnaval, entre outros.
A carnavalização, segundo Bakhtin, pode ser entendida como um desvio e também como uma inversão dos costumes instituidos, sobrepondo o sagrado e o profano, o velho e o novo, não respeitando as normas de interdição social.

A carnavalização é, de alguma maneira, o mundo às avessas e pode ter a leitura de uma parodiação do quotidiano. Ao longo da história podemos constatar vários momentos de carnavalização, como é o caso da pintura de Jerônimo Bosch e também a de Breughel, o Velho. Também Mozart, na sua ópera: «Don Giovanni» (Don Juan) apresenta uma inversão do curso normal da vida carnavalesca de Don Giovanni.

BAKHTIN, Mikhail (2005) Problemas da Poética de Dostoewski, Tradução de Paulo Bezerra, Rio de Janeiro, Ed. Forense, Universitária.
FERREIRA, João, Outubro de 2001, http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=3796&cat=Artigos&vinda=S 19 de Fevereiro de 2009.