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«Pinto para dar uma face ao medo»; disse numa ocasião a pintora Paula Rego. Com efeito, no confronto com a sua pintura ressalta uma cumplicidade embaraçosa entre os nossos sonhos, medos e angústias com as suas figurações grotescas que chocam intencionalmente com os padrões comuns de beleza. Paula Rego enforma as suas histórias nos sonhos de criança e desnuda cenas impressionantes com figuras grosseiras. Embora muitas brotem de contos infantis, elas parecem narrar um inferno contemporâneo, lembrando a pintura de Jerónimo Bosch.
