CARNAVALIZAÇÃO

Mikhail Bakhtin no seu livro: «Problemas da Poética de Dostoiewski» apresentou a base da sua teoria de crítica literária da carnavalização. Esta leitura crítica de abordagem ao texto literário salienta que há textos elaborados sob o signo da carnavalização. Segundo ele, há textos que mostram a cultura de um povo pondo em evidência os elementos cómicos e paródicos proporcionados pelo insconsciente social manifestados nos rituais de máscaras, no riso, no grotesco, nas festas, nas orgias, nos rituais religiosos, no carnaval, entre outros.
A carnavalização, segundo Bakhtin, pode ser entendida como um desvio e também como uma inversão dos costumes instituidos, sobrepondo o sagrado e o profano, o velho e o novo, não respeitando as normas de interdição social.

A carnavalização é, de alguma maneira, o mundo às avessas e pode ter a leitura de uma parodiação do quotidiano. Ao longo da história podemos constatar vários momentos de carnavalização, como é o caso da pintura de Jerônimo Bosch e também a de Breughel, o Velho. Também Mozart, na sua ópera: «Don Giovanni» (Don Juan) apresenta uma inversão do curso normal da vida carnavalesca de Don Giovanni.

BAKHTIN, Mikhail (2005) Problemas da Poética de Dostoewski, Tradução de Paulo Bezerra, Rio de Janeiro, Ed. Forense, Universitária.
FERREIRA, João, Outubro de 2001, http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=3796&cat=Artigos&vinda=S 19 de Fevereiro de 2009.

3 comentários:

Diogo disse...

O carnaval e a época carnavalesca sempre foi um periodo que me chamou a atenção ..
De acordo com o escrito acho que realmente existem muitas coisas criticadas nestes dias, que chegam mesmo a exagerar!! mas como no carnaval niguem leva a mal nos deixamos-nos levar ...
e tambem há muitas fantasias com muita imaginação e trabalho e nessas existe uma grande aposta!
mas enfim passa rápido ..

Anónimo disse...

Como disse na aula .. não gosto do carnaval. Acho uma época parva, onde as pessoas vão para além do limite do aceitável.

Sim, é gira a parte de nos mascarar-mos de coisas que sempre sonhamos ser : cavaleiros, princesas, o super homem, o homem aranha, alguns dos disfarçes até dao para fazer alguma sátira. Mas, mesmo assim.. e tlavez devido a alguns traumas com essas brincadeiras que exedem os limites do aceitável e considerado, normal ! Nao gosto do carnaval.
Ainda bem que são apenas 3 dias.


E como disse que vinha comentar, já o fiz :)

Unknown disse...

Luis:

estudo o riso desde o mestrado. Hoje pesquiso a relação entre riso e formaçãoatravés do teatro espontâneo - meu doutorado é em educação.Meu foco é RAbelais e Bakhtin. SEmpre me preocupou a corerência entre o meu objeto e a minha escrita. Como ter uma escrita risível??? Naquela época optei pelo uso do ensaio e da alegoria, mas hoje duvido que tenha feito isso de verdade, até porque não compreendo bem o que seja uma escrita alegória. Fiz? Não sei. Continuo pensando da mesma forma: penso que essa é a minha saída. SErá???
meu e-mail: atovivo@gmail.com